Recordação I:
Um dia, ou melhor um fim de tarde, lá para a longínqua década de 40, um miúdo com cerca de 7/8 anos, fazia regressar ao curral o seu pequeno rebanho.
O pastorinho e suas ovelhas, que vinham de ínsuas situadas na margem esquerda do rio Mondego, tinham de entrar e atravessar a ponte.
E de facto entraram, mas eis senão quando, numa curva, das duas existentes na ponte, aparece uma motorizada, talvez a primeira que ali passava naquele dia, e, ciclomotor, condutor e ovelhas, embrulham-se todos num aparatoso, mas Graças A Deus, inofensivo acidente.
O pastorinho entra em pânico, e, apesar do condutor e veículo se encontrarem estatelados no chão, e das suas ovelhas estarem todas direitinhas, vivinhas da costa, e de perfeita saúde, o nosso pequeno condutor de rebanhos, começa gritar com toda a força que os seus pequenos pulmões e cordas vocais permitiam:
“Oh gente da Foz Dão, acudam às minhas ovelhinhas, foi o Campos da Venda Nova que as matou”. Realmente era este o nome e a residência do interveniente no acidente.
Felizmente que as consequências foram uns pequeníssimos arranhões no veículo, mas a grande preocupação do pequeno pastor, eram as suas ovelhinhas e não os arranhões na motorizada do Sr. Campos.
Esta situação prova também que, na nossa terra, havia uma grande amizade e espírito de entre ajuda, por isso, o pequenino guardador de ovelhas, chamou por toda a gente da Foz do Dão, pois sabia que, independentemente de quem aparecesse, o socorro estava garantido; para todos, naturalmente.
Ainda hoje, decorridos cerca de 60 anos, o pessoal da terra quando se junta e acontece algo de mais insólito, desde que cómico, continua a bradar: OH GENTE DA FOZ DÃO ......, incluindo o antigo pastor.
Recordação II:
Na aldeia não haviam só brincadeiras inofensivas, também as havia bem maldosas e pouco cristãs. Senão vejam:
A rapaziada nova, de vez enquanto, apetecia-lhe comer um galináceo pica no chão, (não havia dos outros) fora do horário normal das refeições e a custo zero.
Para satisfazer aquele apetite, juntavam-se uns quantos marmanjos e há que roubar o bicho ou os bichos, dependendo dos comensais.
Um domingo, à tardinha, 3 mariolas, resolveram que iriam merendar galinha refogada, e como as galinhas tinham a mania de se passear alegres e contentes pelas ruas da terra, lá apanharam uma debaixo da ponte.
Depois de lhe tirarem a alegria e a mania do passeio, embrulharam-na numa camisola e foram prepará-la para a eira de um dos gabirus. Comeram e beberam e lá foram cada um para suas casas dando as mais variadas desculpas para a falta de apetite para a ceia (era assim que se chamava o jantar)
Na segunda-feira seguinte, uma velhinha, acusou o roubo alegando que era a melhor ave que tinha no capoeiro e que estava guardada para o seu filho, que chegaria em breve do Brasil.
No sábado dessa mesma semana, um dos comedores, verificou que numa rua da aldeia, estava morta uma galinha parecida com a devorada. Nessa noite, foram buscar a dita e colocaram-na à entrada do capoeira da roubada com o intuito de fazer crer à velhinha, que se tratava da sua galinha.
No domingo madrugaram para observar se a tentativa do logro tinha tido sucesso e, qual não foi o seu espanto, quando viram a velhota com uma enchada às costa, e a galinha pendurada por uma pata, dizendo para os circunstantes, entre os quais os ladrões:
“Que Deus me perdoe os falsos testemunhos que levantei, coitadinha,
Ainda teve forças para vir morrer ao poleiro” e lá foi enterrar a galinha.
Ora, o mínimo que as “aves de rapina” deveriam ter feito era tirar-lhe a enchada e a galinha e ir enterrá-la, mas, concerteza que não o fizeram para não se denunciarem como autores do furto. Que Deus Lhe perdoe.
Numa outra altura, comensais diferentes, deliciaram-se com uma galinha, preta, de um outro capoeira.
Passados alguns dias, um dos participantes na comezaina, ouviu esta conversa da roubada para uma sua amiga:
- Oh fulana, lembras-te daquela galinha preta que eu dizia que me tinham roubado? Já apareceu, andou fugida, mas olha que ela não volta a fugir, já a matei e comi parte.
Claro que a galinha que matou e comeu não era sua mas de uma de outra pessoa que, mais tarde, veio a acusar o roubo.
Um dia, ou melhor um fim de tarde, lá para a longínqua década de 40, um miúdo com cerca de 7/8 anos, fazia regressar ao curral o seu pequeno rebanho.
O pastorinho e suas ovelhas, que vinham de ínsuas situadas na margem esquerda do rio Mondego, tinham de entrar e atravessar a ponte.
E de facto entraram, mas eis senão quando, numa curva, das duas existentes na ponte, aparece uma motorizada, talvez a primeira que ali passava naquele dia, e, ciclomotor, condutor e ovelhas, embrulham-se todos num aparatoso, mas Graças A Deus, inofensivo acidente.
O pastorinho entra em pânico, e, apesar do condutor e veículo se encontrarem estatelados no chão, e das suas ovelhas estarem todas direitinhas, vivinhas da costa, e de perfeita saúde, o nosso pequeno condutor de rebanhos, começa gritar com toda a força que os seus pequenos pulmões e cordas vocais permitiam:
“Oh gente da Foz Dão, acudam às minhas ovelhinhas, foi o Campos da Venda Nova que as matou”. Realmente era este o nome e a residência do interveniente no acidente.
Felizmente que as consequências foram uns pequeníssimos arranhões no veículo, mas a grande preocupação do pequeno pastor, eram as suas ovelhinhas e não os arranhões na motorizada do Sr. Campos.
Esta situação prova também que, na nossa terra, havia uma grande amizade e espírito de entre ajuda, por isso, o pequenino guardador de ovelhas, chamou por toda a gente da Foz do Dão, pois sabia que, independentemente de quem aparecesse, o socorro estava garantido; para todos, naturalmente.
Ainda hoje, decorridos cerca de 60 anos, o pessoal da terra quando se junta e acontece algo de mais insólito, desde que cómico, continua a bradar: OH GENTE DA FOZ DÃO ......, incluindo o antigo pastor.
Recordação II:
Na aldeia não haviam só brincadeiras inofensivas, também as havia bem maldosas e pouco cristãs. Senão vejam:
A rapaziada nova, de vez enquanto, apetecia-lhe comer um galináceo pica no chão, (não havia dos outros) fora do horário normal das refeições e a custo zero.
Para satisfazer aquele apetite, juntavam-se uns quantos marmanjos e há que roubar o bicho ou os bichos, dependendo dos comensais.
Um domingo, à tardinha, 3 mariolas, resolveram que iriam merendar galinha refogada, e como as galinhas tinham a mania de se passear alegres e contentes pelas ruas da terra, lá apanharam uma debaixo da ponte.
Depois de lhe tirarem a alegria e a mania do passeio, embrulharam-na numa camisola e foram prepará-la para a eira de um dos gabirus. Comeram e beberam e lá foram cada um para suas casas dando as mais variadas desculpas para a falta de apetite para a ceia (era assim que se chamava o jantar)
Na segunda-feira seguinte, uma velhinha, acusou o roubo alegando que era a melhor ave que tinha no capoeiro e que estava guardada para o seu filho, que chegaria em breve do Brasil.
No sábado dessa mesma semana, um dos comedores, verificou que numa rua da aldeia, estava morta uma galinha parecida com a devorada. Nessa noite, foram buscar a dita e colocaram-na à entrada do capoeira da roubada com o intuito de fazer crer à velhinha, que se tratava da sua galinha.
No domingo madrugaram para observar se a tentativa do logro tinha tido sucesso e, qual não foi o seu espanto, quando viram a velhota com uma enchada às costa, e a galinha pendurada por uma pata, dizendo para os circunstantes, entre os quais os ladrões:
“Que Deus me perdoe os falsos testemunhos que levantei, coitadinha,
Ainda teve forças para vir morrer ao poleiro” e lá foi enterrar a galinha.
Ora, o mínimo que as “aves de rapina” deveriam ter feito era tirar-lhe a enchada e a galinha e ir enterrá-la, mas, concerteza que não o fizeram para não se denunciarem como autores do furto. Que Deus Lhe perdoe.
Numa outra altura, comensais diferentes, deliciaram-se com uma galinha, preta, de um outro capoeira.
Passados alguns dias, um dos participantes na comezaina, ouviu esta conversa da roubada para uma sua amiga:
- Oh fulana, lembras-te daquela galinha preta que eu dizia que me tinham roubado? Já apareceu, andou fugida, mas olha que ela não volta a fugir, já a matei e comi parte.
Claro que a galinha que matou e comeu não era sua mas de uma de outra pessoa que, mais tarde, veio a acusar o roubo.
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